Linhas de Segmentaridade surgiu como um movimento que preza pelo dessubstancializar, isto é, o prezar da diferença em relação ao idêntico, o preferir as relações contra termos totalizantes, enfim, a passagem de potência para atos. Dessa forma, não se enseja uma relação objetal-objetificante, em que a verdade esteja situada na representação de seu conteúdo concreto. Tampouco se concebe uma verdade dita pelo sujeito-assujeitado, aquilo que é representado não pelo objeto, mas pela consciência. Para superar a contradição, a oposição, enfim, o binarismo, criou-se uma estética não catártica, ou seja, não se espera banhar o leitor no caos orgiástico para então salvá-lo em direção a univocidade da ordem. Como um processo permanente de territorialização de dúvidas certas para certezas incertas, a estética aqui presente se concebe como um quadro de movimentos de intensidade, ora fugidios, ora segmentados. Embora desafiadores tais versos prezam pela apreensão do imaginário em direção ao concreto, no devir singular dos acontecimentos. Para tanto, incluiu-se ao final da obra um glossário, na esperança de que aquilo familiarizado pelo leitor possa dialogar com conceitos novos, aos quais pode convir uma consulta às definições.