Nos últimos duzentos anos, o estudo das nossas origens tem sido clareado pelo desvelamento do fascinante mundo pré-histórico, e nos últimos trinta, a arqueologia tem percebido a necessidade de se associar às ciências da religião para investigar em profundidade as suas descobertas. Este diálogo, no entanto, tem se detido em certos impasses, como o de decidir o que é prioritário na definição da religiosidade humana: se os ritos ou os mitos. Em vez de aderir a um destes reducionismos, Maurício G. Righi concentra a sua análise no arcabouço gerador de ambas as manifestações, e assim observa os fundamentos religiosos tanto das instituições como das ideias humanas. Adotando a teoria mimética como pano de fundo, ele alcança os resultados notáveis de identificar a continuidade entre o mundo do sagrado arcaico e o mundo dos templos e palácios da Antiguidade e de apontar os desafios e as perspectivas abertos pelo reconhecimento de que aquela mesma religiosidade permanece em nós.