Um homem narra, a partir da véspera da manhã em que perde o pai, as lembranças que lhe tomaram de assalto em meio a uma situação de perda dolorosa, e o poder que a rememoração tem de dar novos sentidos à vida vivida. As reminiscências aparecem ora com um toque de humor, ora com certa densidade sentimental devido à perda recente, e a elas próprias ganham nuanças e atenção explícita por toda a obra. A impressão final é a que o autor buscou um revestimento linguístico bem cuidadoso e intencional para elucidar cada passagem, mostrando, dessa forma, que situações corriqueiras podem ganhar importância, cores e ritmos.