Pode parecer que o gênero ensaios seja fácil. Bastaria escolher o assunto, formar opinião e apresentar os argumentos. Tão simples assim, tipo redação de vestibular ou dissertação de concurso público. Mas não é nada disso. O verdadeiro ensaísta precisa, antes de tudo, ser bem formado e informado, deter sólida cultura filosófica e literária. Acima de tudo, precisa conhecer profundamente o mundo e os seres que o habitam, seu comportamento, suas ações e reações, seu pensamento e suas idiossincrasias. De posse dessas condições, precisa ainda dominar plenamente os recursos de linguagem e encontrar na língua a melhor forma de expressão do pensamento. Convenha-se que, para alcançar tamanha magnitude de exigências, o ensaísta necessita acumular larga bagagem de diversificados conhecimentos, obtidos por meio de muita observação e reflexão, de variada leitura e de participação intensa na produção cultural manifestada pelo homem através da história. Pois Franklin Cunha reúne tudo isso, e mais: apresenta-se com rara dose de originalidade, marcada, ao mesmo tempo, pela original descontração, pelo vigor na expressão de seu pensamento e pelas inabaláveis convicções em torno de suas verdades sobre todas as querelas que envolvem as complexas relações humanas. Vale a pena ler ensaios como os de Franklin Cunha. Paulo Flávio Ledur - Professor e editor