No final do século XX, a leitura de monografias surpreendeu Floro Freitas de Andrade. Eram frases secas, sob pretexto de precisas. A serviço de duvidosa “eficácia”, ele viu fieiras de substantivos abstratos desconexos, mas aparentando “erudição”. E, pior, na internet vendiam-se como “produtos”. Cultura assim, prêt-à-porter, obedecendo a figurinos acadêmicos, inchou-o de perplexidade. O humanismo se “mecanizara”. Sob tal impacto, soube de um concurso nacional de monografias. Seu tema: A cultura como agente de transformação da maturidade. De imediato, pensou: “Cultura, sim, mas com sensibilidade. Sem ela, maturidade é mero conjunto de engrenagens pseudoculturais”. Recado para Mariana foi premiado hors-concours. Para o autor, bem mais que o prêmio, foi gratificante o diálogo com membros da comissão julgadora. Naqueles marejados olhares pôde sentir que havia lugar para flores de sensibilidade em espinhentos galhos da cultura.