Ao desafiar os cânones do realismo socialista, Heiner Muller cria uma dramaturgia renovadora cuja infância chega até o Brasil, onde foi encenada com grande impacto por Gerald Thomas e Márcio Aurélio. Ruth Röhl, ao analisar a intertextualidade da fase moderna de Muller (em Macbeth, segundo Shakespeare, e Hamletmaschine) e, em seguida, o processo de desconstrução – segundo Derrida – presente em O Achatador de Salários e A Missão, que o situa assim no pós-modernismo, estabelece uma discussão em um campo ainda pouco desenvolvido no Brasil: o da pós-modernidade enquanto estágio contemporâneo da modernidade. Desta forma, O Teatro de Heiner Muller acompanha e elucida as últimas tendências do teatro mundial, constituindo uma contribuição de grande valia tanto em estética teatral quanto em análise literária.