Seria ingênuo pensar que a avaliação é apenas um processo técnico. Ela é também uma questão política. Avaliar pode-se constituir num exercício autoritário do poder de julgar ou, ao contrário, pode-se constituir num processo e num projeto em que o avaliador e avaliando buscam e sofrem uma mudança qualitativa. É nesta segunda prática da avaliação que podemos encontrar o que uns chamam de avaliação emancipadora o que,na falta de melhor expressão, eu chamaria de ‘concepção dialética da avaliação’. É no debate desta segunda concepção que Pedro Demo vem contribuir com o presente livro. Centra-se na questão da avaliação dos programas de política social, pesquisa participante e educação popular, com a intenção de buscar maior consistência teórica a este campo de reflexão ainda mal definido.