A denúncia de um crime no noticiário da televisão, o acerto de contas seguido de um massacre no bar de periferia, a tocaia do delegado para prender um bandido, o justiçamento de um pivete, o contrato de espancadores para dar uma lição no sócio, o filho marginal que tem tudo para acabar morto e acaba mesmo morto. Qualquer habitante de uma cidade brasileira estará mais ou menos em casa ao ler o Marçal Aquino dos contos de Faroestes. Em onze relatos breves e potentes, vagamos por ruas em que "as pessoas, mesmo quando estão alegres, evitam sorrir, para que ninguém desconfie", por bairros lembrados "por coisas e gentes que ficavam mais à vontade na página policial do jornal". Amigos, conhecidos e vizinhos se encontram para tomar cerveja, papear, jogar sinuca em locais como "o boteco onde aconteceu a chacina na sexta-feira". A miséria humana leva os personagens a serem confrontados com situações tão semelhantes às das páginas de crime dos jornais.