Eu, você, seus pais, o seu vizinho da frente, o dono da livraria e o autor deste livro temos algo em comum: somos todos um pouco gregos. Qualquer pessoa deste lado do mundo, da chamada civilização ocidental, tem um pé (ou até mesmo os dois) na Grécia Antiga. Isso porque foi lá, naquele pequeno território há milhares de anos, que surgiram as bases de um conhecimento coletivo que ainda partilhamos em áreas como a filosofia, a medicina, a astronomia, a matemática e as artes. Mas a sociedade grega não era formada apenas por pensadores e suas elucubrações filosóficas. Nem só de intrincados debates viviam aqueles homens. No correr dos dias comuns, eles dedicavam-se a assuntos bem mais mundanos. Tomavam porres homéricos de vinho com pimenta, recorriam a videntes em transe para conhecer o futuro, inventavam palavrões cabeludos, faziam macumba, faltavam às assembléias políticas e competiam nus nas disputas esportivas. Um cotidiano repleto de manias, defeitos, preocupações triviais e