Um magnata do mercado imobiliário, endividado até a alma e em crise com o inevitável processo de envelhecimento; um bem-sucedido advogado negro, dividido entre sua ambição e os antigos ideais do black power; um rapaz branco, pobre e trabalhador, que descobre na filosofia estóica dos gregos antigos o antídoto moral contra os seus sucessivos fracassos. Esses três personagens se encontram no caldeirão racial da moderna Atlanta, em “Um homem por inteiro”, de Tom Wolfe, considerado um dos melhores romancistas americanos da atualidade. Wolfe usa e abusa de sua habilidade narrativa para descrever desde os costumes rurais da Geórgia até o submundo dos bairros miseráveis de Atlanta, passando pelos meandros do poder exercido por um prefeito negro e pelo high society dominado pelos brancos. Em Um homem por inteiro, esse famoso dândi dos ternos brancos e da língua afiada mostra por que foi eleito, recentemente, para a Academia Americana de Artes e Letras.