Embora António Vieira faça um canto de exaltação à natureza, nunca esquece sua crueldade, que liquida rapidamente os incapazes de decifrar-lhe os códigos. Tunturi - a deusa silvestre que dá nome a esta narrativa - está sujeita à caça e ao ritmo das estações, assim como às fases da lua e hibernações. Tunturi é um livro de mistérios, que evoca, invoca e venera tudo o que será destruído. O ouvido experiente da personagem capta os tons e timbres da floresta, reconhece as direções do vento e sabe em que grau o vento verga as árvores e perturba as aves. Para Tunturi, os sons da floresta são como o rumor de fundo do seu ser.