Em "Os moinhos", seu primeiro livro, Milton Rosendo lançou o gérmen do que ainda vem gestando: uma poesia curiosa e faminta, que alimenta-se de diversas tradições, renovando-as. Em "Caos-Totem", evidenciou-se a grande necessidade de liberdade, com seus poemas-canto, que se alongam não apenas por conta de sua mancha gráfica, mas por causa de seus tentáculos, que, além de tocarem acontecimentos estéticos vários, tocam também acontecimentos políticos e sociais de nosso tempo, alongando-se para além da página. Agora, ele nos oferece "Azul como um rottweiler", dando continuidade a sua poesia faminta e generosa, pois alimenta-se de tudo, mas não guarda consigo, devolvendo ao mundo, rediviva, toda a grande literatura que lhe alimentou.