Por que México profundo deve ser divulgado em nossa língua, já que o espanhol não nos é estranho e está sempre presente nas nossas listas de leitura? Porque, primeiramente, é um tributo que fazemos a Bonfil Batalla, um dos grandes antropólogos mexicanos do século XX a pensar a questão indígena na América Latina fora dos esquemas consagrados pela ordem constituída. Segundo, porque, embora o espanhol nos seja muito familiar, não deixa de ter suas armadilhas para os falantes de português; a proximidade histórica de ambas não elimina o fato de que são, afinal, duas línguas distintas, com estruturas próprias. Frequentes mal-entendidos gramaticais e léxicos perturbam a compreensão e podem levar a interpretações errôneas. Terceiro, porque reconhecemos nesta obra a atualidade do tema e a persistência do problema do apagamento histórico, intelectual e político. Quarto, porque as mensagens inscritas em México profundo vão muito além do contexto mexicano.