Na cara do manco já estava completamente assinalado o destino próximo: a aurora , o primeiro solzinho mau, a chegada dos meganha, a prisão, ou a tentativa de fuga, ou talvez o tiroteio. Mas nós somos brugueses e temos inato o senso da prudencia, da preocupação por nossa saude, da capacidade para deixar para amanha o que não podemos fazer hoje, do repeito por aquilo em que a vida se consolida, se ordena e vira opinião pública e bom senso. A nossa existencia flui como uma página de prosa; os rasgos e os momentos poéticos que subvertem o diabólico e mesquinho cálculo da gramática acontecem à nossa revelia, e depois podemos ate trabalha-los e refletir sobre eles por anos a fio, dão grandes conversas com os amigos.