Esta obra nos apresenta as dores e os sofrimentos do jovem Franklin, assim como a sua trajetória rumo à recuperação da dependência química. Trata-se de um estudo de caso, analisado e acompanhado por longos anos, abordando desde a sua infância de drogadição, até a idade adulta permeada de crimes, misérias e desenganos. Sua resolução em pedir ajuda ocorreu somente quando surgiram as alucinações, sinalizando o início da loucura. Esta obra aborda a problemática que envolve o resgate de jovens dependentes químicos, analisando que este renascimento só ocorre com a participação ativa do dependente. Não soluciona dependência química somente com a ação medicamentosa, ou pelo desejo desesperado dos pais, porque a real recuperação deverá vir do interior do vitimado. É uma recuperação de dentro para fora. Recuperar-se é vencer seus próprios medos e fissuras; é conscientizar-se que há felicidade além do bum que a sensação da droga provoca; é sentir-se feliz com a vida sem as sensações alucinatórias. A dependência química é uma doença intrínseca e traiçoeira, e exige do corpo e da mente, em uma ação conjunta, o esforço total em busca da cura, que ocorre através de processos contínuos, onde a negação ao prazer momentâneo o remete à estabilidade emocional, pela aceitação da alegria em ações cotidianas da vida. Só o corpo buscando (a cura), sem o tratamento condizente à mente, ele mais cedo ou mais tarde recairá, porque a sua psiqué não participou do processo terapêutico, rumo à sua liberdade psicológica.