Por cinquenta anos, este diário permaneceu um doloroso tesouro familiar, até ser doado, em 2002, ao Memorial da Shoah parisiense. Estudante de literatura inglesa da Sorbonne, Hélène Berr tinha 21 anos quando começou a anotar reflexões sobre o amor, as amizades, a beleza de Paris, a música e a poesia - e as banais frustrações da vida. As leis contra os judeus destruíram essa normalidade e, aos poucos, transformaram a jovem testemunha em uma delicada escritora que, se não tivesse morrido no campo de concentração, poderia ter se tornado uma grande autora, de extraordinária sensibilidade e lucidez. Neste livro, Hélène Berr transcende os fatos, prenunciando a metamorfose de suas experiências pessoais em História; e apontando os dilemas morais de viver sob o nazismo na cidade-luz.