Victor Serge (1890-1947) foi um exemplo emblemático de intelectual engajado do século XX, com intensa atividade tanto na militância política quanto na produção teórica e literária. Nenhum romancista do século XX vivenciou nada parecido com as experiências que ele teve em primeira mão da insurgência, do contato com os grandes líderes políticos, do diálogo com intelectuais políticos seminais, escreve Susan Sontag no ensaio que fecha, como posfácio, a edição de O caso Tuláiev. O cenário do romance é a União Soviética de Josef Stálin nos anos 1930, o período do Grande Terror, com sua lógica de brutalidade e extermínio da oposição. Serge belga e filho de russos experimentou pessoalmente essa fase do comunismo soviético. Escreveu O caso Tuláiev no calor da hora e sem meias palavras. Como lembra Sontag, Serge foi o primeiro a chamar a União Soviética de Estado ‘totalitário’ numa carta que escreveu a amigos em Paris na véspera de sua prisão em Leningrado, em fevereiro de 1933. Antes, (...)Victor Serge (1890-1947) foi um exemplo emblemático de intelectual engajado do século XX, com intensa atividade tanto na militância política quanto na produção teórica e literária. Nenhum romancista do século XX vivenciou nada parecido com as experiências que ele teve em primeira mão da insurgência, do contato com os grandes líderes políticos, do diálogo com intelectuais políticos seminais, escreve Susan Sontag no ensaio que fecha, como posfácio, a edição de O caso Tuláiev. O cenário do romance é a União Soviética de Josef Stálin nos anos 1930, o período do Grande Terror, com sua lógica de brutalidade e extermínio da oposição. Serge belga e filho de russos experimentou pessoalmente essa fase do comunismo soviético. Escreveu O caso Tuláiev no calor da hora e sem meias palavras. Como lembra Sontag, Serge foi o primeiro a chamar a União Soviética de Estado ‘totalitário’ numa carta que escreveu a amigos em Paris na véspera de sua prisão em Leningrado, em fevereiro de 1933. Antes, (...)