No´s lacanianos repetimos como um mantra que a resiste^ncia e´ do analista. Entretanto, a afirmac¸a~o de que quem resiste e´ o analista pode se reduzir, ela mesma, a um modo sutil de na~o querer saber e de tamponamento das ocorre^ncias identificadas por Freud na delicada relac¸a~o entre analista-analisante. E´ esse o problema que Gabriel Lombardi enfrenta em A resistência como máscara do desejo, retornando a Freud, de modo original, mas na~o sem o norte de sua formac¸a~o lacaniana rigorosa e precisa.Ao final da leitura, ficamos com a nitidez de que vale a pena resistirmos aos efeitos sugestivos dos discursos do amo e universita´rio para, com a histerizac¸a~o provocada pelo discurso anali´tico, sustentarmos o advento de um desejo decidido.