Este não é um livro de estreia qualquer. Os Fragmentos completos de Maria Fernanda Vasconcelos de Almeida instigam desde o título sonoro, irônico e paradoxal e trazem uma nova surpresa a cada página, revelando uma poeta com um repertório variado de preciosos achados literários. Um título, um verso, um dístico, um brinde, súbito uma prosa talvez este livro seja mesmo um romance que se fez poema, de tão depurada e certeira a escrita, nos levando pela alternância de ritmos para dentro de uma composição quase musical, que dialoga com Ana, com Hilda, com Mondrian e Matisse, que arquiteta algo que vai além da forma e do conteúdo, na conjunção de ambos, e que é pura arte. Do melhor quilate: que reúne e concentra todas as outras em literatura, que nos leva pela matéria viva da palavra a tantas descobertas, a tantas paisagens íntimas e múltiplas, e que podemos apreciar e desfrutar a cada nova leitura. No fragmento do discurso, na forma da letra, na colagem ou na métrica, no (des)encontro (...)