Nos Últimos anos, o conceito de "Estados falhados" tornou-se num ods tópicos de maior notoriedade da agenda internacional. A literatura dominante na área das Relações Internacionais perfilha uma perspectiva endógena para explanação deste conceito. Essa perspectiva baseia-se em dois postulados essenciais: o primeiro é o de que os Estados falham porque não possuem as capacidades institucionais, econômicas e políticas para sobreviverem como Estados soberanos; o segundo é o de que essa falta de capacidades resulta de uma governação interna incorreta ('bad governance"). De acordo com esta visão das coisas, há portanto, Estados com capacidades ou sem vontade de as adquirir e consolidar. O conceito de "Estado falhado" é, pois, um conceito a contrario que se refere a algo não dito: a definição de Estado bem sucedido. E é claro que esse espaço implícito está habitado por um arquétipo: o do Estado weberiano ocidental.