A década de cinquenta representa o auge da luta de massas em favor do socialismo na América Latina. Ao contrário do senso comum, as conquistas e lições ocorridas naquele período foram muito mais importantes do que na década seguinte, aquela mesma cantada em verso e prosa cuja máxima expressão teria sido o ano de 1968 tão festejado de maneira alienada no Brasil. De fato, a Revolução Boliviana abriu um novo horizonte no início da década (1952) e a Revolução Cubana fechou o decênio com a entrada vitoriosa de Fidel, Raul e Che em Havana, no luminoso janeiro de 1959. Entretanto, em 1954, num pequeno país centro-americano, concluía de maneira trágica a Revolução Guatemalteca quando a classe dominante local com estratégico apoio do imperialismo estadunidense, mobilizou os militares para destituir o governo de Jacob Arbenz, sucessor do professor de filosofia e também presidente, Juan José Arévalo. Após a queda de Arbenz, a Guatemala sofreu uma longa noite de terrorismo de Estado (...)