Cristovam Buarque, dublê de engenheiro, economista, educador, escritor e homem público, autor de 20 livros, define “Astrícia” como “um livro diferente de tudo o que já escrevi”. Pode ser lido como romance, coletânea de contos e até como ensaios, em que se narram as aventuras de um escritor, “estórias sobre a arte e o drama de escrever”. É um livro para pessoas inteligentes, que adoram ler pelo puro prazer de ler. O narrador chama-se Astor, que escreve sobre um escritor também chamado Astor. Esse segundo Astor vive no imaginário mundo de Astrícia, um universo labiríntico, de espelhos e enigmas, à maneira de Borges, Cortazar ou do cineasta David Lynch. Há uma trama, um suspense, um mistério a ser desvendado. Astor, o personagem narrado pelo outro Astor, morre logo na primeira história, ou capítulo, ao cair da janela de seu apartamento. Pode ter sido um acidente, mas também um crime. Quem poderia tê-lo assassinado? Quase no final, descobre-se que Astor, pelo contrário, pode ter, ele sim, assassinado um chinês pela única razão de que a vítima era isso mesmo – um chinês.