O cenário deste romance tem por pano de fundo as décadas de 50, 60 e 70, marcadas pelos seus costumes, modismos, realidades e preconceitos, os quais, lamentavelmente, ainda perduram nos tempos atuais, embora de forma mais atenuada. Afinal, não fosse assim, estaríamos negando a própria Lei do Progresso, à qual tudo se submete em a Natureza, incluindo o homem, que nasce e renasce, em sucessivas existências, evoluindo para a perfeição. Ademais, o que significa uma existência de cinquenta anos, em termos de desenvolvimento moral, se comparada à longa jornada evolutiva que atravessam os séculos? Nada. Tanto que, desde a vinda de Jesus à Terra, há mais de 2 mil anos, a condição moral do planeta não se modificou substancialmente; permanecem as guerras, a violência e a fome, reflexos do egoísmo que ainda impera no coração humano. Paradoxalmente, no século 20, a civilização avançou significativamente no campo das ciências, com importantes conquistas e descobertas, que lhe trouxeram considerável conforto no modo de vida. No século atual, essas conquistas são ainda mais admiráveis, alcançando os píncaros do progresso material. Todavia, do ponto de vista moral, ainda engatinha, ignorante da sua realidade espiritual. As manchetes dos telejornais mostram, diariamente, que o homem ainda está sob o jugo da dor, do vício e da delinquência, escravizado às paixões e apartado das virtudes que elevam o ser. Seria exagero afirmar que permanece no marco zero do autoconhecimento? Os personagens que desfilarão nas páginas deste romance são Espíritos com incontáveis passagens pelo orbe terrestre, em processo de resgate e provas. Alguns, entretanto, em vez de quitar débitos, só fazem agravar as próprias faltas, atraídos pela porta larga das paixões. Outros, mais despertos, esforçam-se para não serem tragados por elas. Do embate desses personagens, desenvolve-se toda a trama. A ação de Espíritos que ainda se comprazem na maldade que praticam, tem como seu principal [...]