"Vivemos numa sociedade do espetáculo". Esta afirmação, cada vez mais frequente nos ambientes acadêmicos e nos meios de comunicação, quase sempre é feita com o sentido positivo: estamos imersos num mundo de imagens coloridas, criativas, sedutoras, que nos divertem, mesmo quando nos chocam. Inspirado nas reflexões do pensador e militante político francês Guy Debord, este livro contrapõe-se à apologia do conformismo presente na contemporaneidade. Mostra que o emprego da teoria crítica na análise da sociedade, mesmo se fora de moda, é necessário numa época em que a raiz do espetáculo está cada vez mais a economia, que se torna abundante para poucos. Ao recorrer à leitura crítica, especialmente das práticas jornalísticas e da publicidade, os artigos procuram mostrar que o culto ao dinheiro, tão típico do capitalismo neoliberal, não é um componente da "natureza humana", mas uma criação histórica, podendo muito bem desaparecer. Se este livro conseguir abalar, por mínimo que seja, as bases desse culto, já terá cumprido o seu papel.