A ansiedade dos tempos de hoje, toda essa rapidez de acontecimentos, a velocidade inalcançável dos sentimentos, nos fazem esquecer das intermitências – as pausas que a vida dá para que possamos prosseguir. Fernanda me lembrou com sua escrita que algumas pessoas foram minha bússola e eu só pude perceber quando o intervalo me despertou. Porque eram direções que não me pertenciam, que eu não queria. Respirei. Respiramos. Nós, mulheres, aprendemos jeitos de oxigenar tudo e sobreviver com menos danos. “O caminho é sempre em frente”, Fernanda escreveu, mas nesta obra eu a vi voltar e resgatar partes; não se segue sem mãos cheias, sem coisas que tentamos salvar nas épocas de parada, nos momentos em que a pausa puxa a gente para dentro de nós mesmas.