O prelúdio desta sinfonia animal mistura sonhos humanos a suspiros lunares, e segue com a sonoridade das palavras e suas possibilidades semânticas. Mas é quando o maestro começa a reger sua estranha orquestra que ficamos curiosos para descobrir o papel de cada bicho-instrumento. Barreto escolhe ritmos e gêneros, rimas e aliterações que caem feito luva nos animais. É um ludismo verbal tão bem engendrado e necessário ao público-alvo do livro, abrindo as infinitas  possibilidades de uso da palavra.