A boa poesia é obra de alquimia solitária, incansável burilamento, lapidação do sentimento e da inspiração. Laboratório místico onde se desmonta e remonta cada palavra, retirando-a da linha reta, até extrair todos os seus segredo e dizer o indizível. Não é tarefa nada fácil, como nos mostra José Carlos Vieira em seus poemas, tratados com uma dignidade comovente. Só assim é possível fugir da efemeridade, da transitoriedade, e de fixar na memória do leitor. E tudo fica ainda mais interessante com as ilustrações de Carmem Santhiago e as histórias em quadrinhos de Kleber Sales. Os três não apenas somam - se multiplicam em sensações. Três em um; um por todos. Muito além da aritmética e da métrica.