Castradora ou degoladora, vampiro ou lâmia, polvo ou sanguessuga, a mulher povoou, multipla e aterrorizante, as páginas da literatura fin-de-siècle, E muitas vezes foi nelas substituída por manequins ou bonecas de cera, inofensivas e cordatas. "A mulher que eles chamavam fatal", de Mireille Dottin-Orsini, brinda o leitor com um ensaio profundo, refinado e original Aqui, erudição, clareza e bom humor traçam um abrangente quadro de um passado artístco próximo. Mas é só isso. Fornecem também precioso instrumental para que se compreenda porq que até os dis de hoje muitos criadores ainda acreditam na fatalidade da mulhe, fantasma maiúsculo no imaginário masculino.