Escrito sob a forma de memórias de um magistrado romano, Um deus passeando pela brisa da tarde reconstitui a vida cotidiana e o funcionamento das instituições em uma cidade da periferia do império no século II d.C. Reinava o imperador filósofo Marco Aurélio Antonino. Os bárbaros já representavam ameaça. Mas os maiores perigos vinham de dentro, com a heterogeneidade dos povos dominados e a decadência dos valores da romanidade. Proliferava então uma seita, quase toda de escravos e pobres, que desenhava peixes nas portas das casas e falava de um estranho deus, feito homem, morto na cruz. Uma deus que, segundo um texto da seita, ?passeava pelo jardim à brisa da tarde? (Gênesis, 3, 8). Merecedor do Grande Prêmio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores em 1995, Um deus passeando? é um livro belissimamente escrito, em que nossa própria cultura cristã é vista e julgada de fora, por um homem erudito do século II.