Em 1550, a cidade de Rouen, na França, escolheu uma atração inusitada para abrilhantar uma festa em honra do rei Henrique II e da rainha Catarina de Médicis. Em um campo preparado para simular uma floresta brasileira, um grupo de 300 pessoas, entre as quais cerca de 50 índios, reencenou hábitos e costumes dos nativos do Brasil, incluindo extração de pau-brasil, comércio com os franceses e até a simulação de uma guerra entre duas tribos. Trezentos anos mais tarde, esse episódio curioso serviu de ponto de partida para uma análise dos usos dos indígenas brasileiros do século XVI na obra Une fête brésilienne célébrée a Rouen en 1550, do brasilianista Ferdinand Denis.