Esta obra é um convite à literatura indígena não mais produzida mediante o olhar do homem branco, mas o autóctone como autor de seus próprios escritos. Ao registrar, nos livros, as histórias contadas oralmente por seus ancestrais, o indígena reforça sua autonomia e mostra sua identidade literária na forma como se coloca e se vê em seu mundo. Para conceber a beleza e o alcance da originalidade literária indígena, é essencial despojar-se de amarras e preconceitos e buscar conhecer a leitura de mundo do outro. Por meio de uma análise inédita baseada em aspectos particulares da literatura brasileira, dando enfoque à figura folclórica, percebe-se uma visão indígena diferenciada sobre suas histórias contadas pelo homem branco. Uma releitura da figura tradicional do Saci e seus significados na visão indígena é, no mínimo, surpreendente. Nada de saquear fazendas ou assustar animais. A intenção não é apresentar um personagem na concepção linear à tradição literária de Monteiro Lobato ou [...]