Crítica da Sociologia do Sujeito é o resultado de reflexão sócio filosófica sobre a sociologia dos movimentos sociais de Alain Touraine para pensar a categoria produção social como instrumento analítico de uso possível para compreender e explicar a atuação dos movimentos sociais no Brasil depois da promulgação da Constituição Federal de 1988. A construção do percurso teórico do sociólogo francês como objeto de investigação foi realizada com base em cinco momentos na trajetória de Alain Touraine. No primeiro momento, o sujeito é definido como sujeito histórico, isto é, como princípio de significação e produção da sociedade por ela mesma, sem determinação histórica ou social. No segundo momento, a categoria sujeito histórico como forma abstrata que explica a produção da sociedade de forma autônoma e endógena é consolidada com fundamento nas categorias trabalho e movimento social. No terceiro momento, o sujeito é definido pela distância que ele assume em relação à sua participação na produção da sociedade. O afastamento do sujeito histórico do centro da teoria da ação implica a retirada do sujeito individual da periferia da sociologia, e a centralidade agora é disputada pelo sujeito concreto, individual e coletivo. No penúltimo momento, é reconhecido lugar privilegiado para o sujeito individual, segundo a ideia do sujeito como criação de si mesmo, implicando menos participação e representação e mais condições de criação dos indivíduos e dos grupos de indivíduos. No último momento, sujeito e indivíduo deixam de existir como figuras abstratas, ou como expressão de substância comum, para terem existência concreta, como um eu empírico, orientado pelos chamados direitos culturais. A variação da semântica do sujeito na sociologia de Alain Touraine permite identificar a gramática do sujeito e os limites desta gramática para explicar os movimentos coletivos no mundo de hoje.