Este livro faz um apanhado e propostas de formas de análise dos movimentos sociais e da ação coletiva a partir de raciocínios centrados no espaço. O tema dos movimentos sociais é bastante trabalhado nas Ciências Sociais (Sociologia e Política, principalmente) e agora crescentemente na Geografia. Abordagem fazendo a ponte entre estes campos é coisa rara, o que confere não ineditismo à obra, mas faz com que seja de interesse destas três disciplinas. Interessa também àqueles que participam e analisam movimentos sociais. Fala-se hoje muito de globalização (e globalismos), regionalismos, nacionalismos, localismos; movimentos sociais locais, globais, nacionais, etc.; movimentos territoriais, territorializados, lutas por territórios ( como as dos indígenas, quilombolas e de grupos urbanos, como hip hop, gays e lésbicas, entre outros). O livro ajuda a compreender estas lutas por espaço, com o espaço, lutas através do espaço. Ajuda a compreender, por exemplo, o que leva um movimento como o MST a transformar um ato local (uma ocupação de fazenda) num fato nacional, que é uma manipulação escalar da ação política, ou, uma política de escalas do movimento social. Adicionalmente, traz um ensaio de interpretação espacial do movimento Pré-Vestibular para Negros e Carentes, o que aproxima da discussão sobre a luta antirracismo e faz o material ser também de interesse do campo da Educação.