O mundo pós-Guerra Fria vem sofrendo uma série de transformações a partir do processo de globalização e do avanço das novas tecnologias, especialmente o ciberespaço. Este dinamismo propiciou uma interconectividade fabulosa, beneficiando, inclusive, organizações criminosas que passaram a atuar em redes transnacionais e a utilizar-se desta tecnologia. Surgiram novos tipos de ameaças de natureza complexa, como a ciberguerra, o ciberterrorismo e os crimes digitais, e fomentaram-se outras, como as armas de destruição em massa, os agentes químicos e biológicos, o narcotráfico e o terrorismo extremista. Neste sentido, pela soma vultosa de recursos que muitas destas atividades arrecadam, as organizações que as patrocinam já não temem o enfrentamento com as forças de segurança, situação que não ocorria no passado. E o fazem, de forma coordenada, aplicando estratégias e táticas, até mesmo militares para alcançar seus objetivos. Assim, torna-se necessário uma cooperação multidimensional para reduzir os impactos destas atividades nas sociedades, uma nova visão sistêmica e não regionalizada do fenômeno, pois os atuais métodos vêm demonstrando pouca eficácia e só contribuem para agravar o problema e fortalecer estas organizações.