Vai o barco, sempre em frete. Não há trilhas no mar. O reto caminho desenhado pela mão que segura o leme só aparece na esteira, depois que o barco passa. E logo se apaga. Mas de olhos postos na estrela, o rapaz sabe aonde vai. De dia, quando o sol queima e a luz ofusca, os irmãos dormem deitados no fundo do barco. De noite remam. Uma, duas, muitas noites. Noite a noite, roçando no céu, a Lua gasta sua curva, se afina. Quanto menor a Lua, mais intensa brilha a estrela para o moço. Mais intensa e mais bonita, mais bonita e mais olhada. Mais olhada e mais amada.