Antimanual de criminologia, diferentemente da simplificação da linguagem e dos problemas, como propõem os tradicionais manuais de direito penal, de direito processual penal e de criminologia, assume a complexidade das relações sociais na atualidade e a aporia das questões sem saída que a nervura da vida impõe de forma radical. A hipótese que orienta o livro é a de que problemas complexos não podem ser tratados de outra forma senão complexamente. A pasteurização realizada pelos manuais, ao invés de auxiliar a compreensão dos principais fenômenos sociais contemporâneos sobretudo das violências e do papel das ciências criminais frente a esta realidade -, potencializa a crise, pois envolve o pesquisador (docente e discente) na trampa de ser possível de encontrar saídas e soluções pelos caminhos mais simples, mais didáticos. Não por outra razão os pensamentos dogmático e criminológico não logram sair da crise que se instalou na década de oitenta, momento de ruptura que culminou no processo de desvelamento das reais funções desenvolvidas pelos sistemas punitivos.