Indignar-se pelo menos uma vez na vida é humano, até Jesus, registra a Bíblia, o fez com contundência contra os vendilhões e mercadores que usavam o templo para sua mercancia. Como sentimento que se insurge contra todo o mal, a desonra e a certeza da impunidade, a indignação precisa ser canalizada com fundamento no justo, na perfeita e rigorosa equidade. Para isso deve-se utilizar o instrumento adequado, a Lei Maior, num processo de aprimoramento orientado pelos mais puros sentimentos do espírito humano, que confronta a realidade, a razão crítica e o ideal de uma sociedade que pretende ser justa e solidária. A realidade de vários segmentos da Administração Pública e da própria vida social está a requerer medidas que possam garantir resistência contra os assaltos da força e da malícia que contaminam as principais funções do Estado brasileiro.