Mais do que nos seus livros anteriores, Oliver Sacks situa-se aqui no cruzamento da biologia e da biografia. Para ele os doentes são pelo menos tão importantes como as doenças, que por vezes suscitam novas capacidades, como no caso do artista a quem um acidente faz perder o sentido das cores e encontra novas possibilidades criativas a branco e negro. Mais do que uma galeria de casos clínicos, os sete capítulos do livro são outras tantas histórias em que os doentes, que o autor foi procurar no seu meio habitual, surgem como viajantes por terras desconhecidas. «A maior parte das vezes sinto-me como um antropólogo em Marte», diz no final do livro a autista Temple Grandin, reconhecendo a sua dificuldade em compreender algumas das emoções humanas. Uma afirmação que o próprio autor poderia fazer sua. Oliver Sacks nasceu em Londres, tendo vivido também em Oxford, na Califórnia e em Nova Iorque, onde actualmente é professor de neurologia clínica no Albert Einstein College de Medicina. É autor de Migraine (1970), Despertares (1974), A Leg to Stand On (1984), O Homem Que Confundiu a Mulher Com Um Chapéu (1986), e Seeing Voices: A Journey into the World of the Deaf (1989).