Willem Elsschot é um dos grandes nomes da literatura flamenga, que ganhou fama na Europa e, após a recente tradução de Queijo para o inglês, passou a ser lido em vários outros países - será transformado em filme nos EUA. É uma pequena e engraçada fábula moderna, escrita em 1933, sobre os anseios e desejos humanos, principalmente no mundo do trabalho, que não parecem ter mudado muito nos últimos 70 anos. Queijo, de Willem Ellschot (que pela primeira vez tem uma obra publicada no Brasil), é mais um lançamento da coleção Sabor Literário - cujo ícone é uma cerejinha, o toque especial -, que vem apresentando textos inéditos ou pouco conhecidos de grandes escritores. Em tom de sátira, Queijo conta a história do azarado Frans Laarmans, com um terrível emprego como escriturário, um casamento fracassado e uma mãe moribunda. Mas sua vida parece dar uma guinada com a inusitada proposta de trabalhar como representante comercial na Bélgica e no Grã-Ducado de Luxemburgo. Seria um vendedor de queijos, ramo "sempre rentável, porque as pessoas não deixam de comer". Laarmans, porém, sentia repulsa em relação artigo em questão. "Teria preferido trabalhar com outros produtos, como por exemplo lâmpadas ou bulbos", pensou. Mas o salário é excelente e oferta é prontamente aceita. Mas só mais tarde Laarmans descobrirá que lidar com queijos é uma trabalho ainda mais fedorento - em todos os sentidos - do que ele imaginava. Marcelino Freire - que também não gosta de queijos - assina o prefácio: "Gostei deveras. Delicioso para mim foi este Queijo, quem diria? Um roquefort dos deuses, juro."