Este estudo versa sobre a análise da memória política criada em torno de um conflito que ocorreu entre o reino de Aragão e o monarca Felipe II, cujos principais eventos aconteceram entre 1591 e 1592, e que ficou conhecido como Alteraciones de Aragón. Após o encerramento do conflito entre rei e reino, cronistas, identificados com os poderes envolvidos em ambos os lados da disputa, dedicaram-se à criação de memórias sobre o evento que narrassem os acontecimentos conforme propósitos políticos específicos. Elegeu-se como viés interpretativo principal a análise da linguagem, alicerçada em teorias políticas particulares e com seus respectivos repertórios conceituais, que permeava tanto os tratados políticos, quanto as obras de cunho histórico. Investigar a criação da memória política em torno desse episódio significa, em muitos sentidos, explorar a própria lógica de funcionamento jurídico e político da Monarquia Hispânica, examinar alguns princípios dos sistemas políticos vigentes na (...)