A literatura apresentou-me João G. Junior há quase uma década, em 2013, quando ministrei oficinas de poesia na Flupp Pensa, a convite de Écio Salles e Julio Ludemir, e publicamos a antologia de poesia Flupp Pensa Novos Poetas. Agora, em meio ao caos social em que vivemos, no ano de 2022, mais consciente de sua força e do seu trabalho, João nos presenteia com Agora e na hora de nossa morte. Neste novo livro, nota-se a sua formação enquanto indivíduo político/poético que, apesar das ruínas, propõe-se a dançar e cantar com a certeza da proteção e dos ensinos de seus ancestrais, e do constante diálogo com os eleitos faróis de seu caminhar entre as pedras: Roberto Piva, Linn da Quebrada, Carlos de Assumpção, Grada Kilomba, bell hooks, entre tantos outros, invocados diretamente em epígrafes ou nas entrelinhas de seus versos. João revela o manifesto de um poeta na periferia do mundo, se rebelando contra o seu esquecimento na sociedade, trazendo ao jogo sua luta diária, a (...)