Christina Sharpe desvenda neste livro os vestígios das memórias negras escondidas numa História predominantemente branca. Ao debruçar-se sobre os documentos históricos, a acadêmica estadunidense constata registros de pessoas sequestradas sob a condição de propriedade, mercadoria, carga transportada em navios para servir de mão de obra nas colônias, e, denuncia: tal narrativa persiste em acontecimentos recentes, como o terremoto do Haiti em 2010. Dificilmente nomeados, corpos negros são identificados por números e etiquetas e, em meio a situações adversas, ainda mais afastados do estatuto de sujeitos. Em seus estudos, a autora busca, portanto, uma nova forma de fazer história, desvelar a história já feita, lançando mão de todas as ferramentas disponíveis.