Fazia falta uma coletânea que reavivasse a poesia de Pedro Xisto, um dos poucos escritores de gerações anteriores que viram com interesse e compreensão a poesia concreta quando esta se anunciou em 1959. Já no ano seguinte, divergindo da maioria dos críticos da época, escreveu alguns dos melhores estudos de “close reading” sobre textos dos iniciadores do movimento, sob o título geral de Poesia em situação. Aficionado da arte japonesa e dos haicais, um dos seus melhores praticantes entre nós, alinhou-se com os poetas concretos na revista Invenção (1962-67). Foi nesta que apareceram seus “logogramas” (entre os quais o lapidar zen) que cruzaram fronteiras nas publicações internacionais de poesia visual. Culto, viajado (por muitos anos atuou como adido cultural no Japão e Canadá), fino conversador, Xisto era meticuloso artista e suas criações poéticas, reunidas principalmente em caminho (1979), primam pelo apuro e pela elegância.