Construído com frases curtas, precisas, austeras, economizando palavras, Annan conta uma aventura humana profunda. No fim do século XVIII, uma missão de religiosos franceses embarca para evangelizar o Vietnã. Depois de um ano de viagem, eles finalmente se instalam. Mas ocorre a Revolução na França, o rei é guilhotinado, e seu país os esquece. Incendeiam-se os arquivos, a Igreja também os esquece. As notícias escasseiam, até cessar o contato. Não podem voltar. Mergulhados em uma nova geografia e uma nova história, esquecidos por todos, impotentes para converter um povo camponês que não conheciam, aos poucos os missionários se esquecem de si mesmos, nem mais religiosos, nem leigos. Trabalham nos arrozais, seguindo o ritmo das estações. Os que caminham para o Norte, instalam-se na vila de Annan. Já sem a arrogância do colonizador, aprendem. E descobrem sua própria humanidade.