O Pasquim foi o maior fenômeno editorial da imprensa brasileira. Assumidamente nanico, panfletário e abusado (um folião no velório, livre como um táxi, equilibrado como um pingente, sempre em alta graças ao seu baixo nível - era com slogans desse teor que ele chegava às bancas todas as semanas). Nasceu sob a suspeita de que duraria pouco tempo, menos até que os oito números que, alguns anos antes, conseguira sobreviver a revista de humor Pif-Paf, criada por Millôr Fernandes e de certo modo o embrião do Pasquim (que logo perdeu o artigo definido). Quando o jornal estourou, quem mais se surpreendeu com aquele imprevisto foram os seus próprios redatores e cartunistas. Mas já que os deuses, contrariando os militares, pareciam estar do lado deles, o jeito foi relaxar e aproveitar o sucesso até a última gota de uísque e o último rabo-de-saia.