Sobre Porque fecho os olhos, o livro de Augusto Meneghin anterior a este, Tiago Rendelli escreveu: Como editor, posso afirmar que o Augusto é um dos maiores poetas vivos, uma potência mesmo em nosso tempo. Concordo absolutamente. Escolher o que dizer sobre Estados Unidos com a América embaixo é sumamente difícil, afinal, caleidoscópio, ressignifica-se a cada leitura. Como fixar a impermanência? Preparem-se para um inferno de perguntas, uma espiral de enigmas com uma singularidade desconcertante. Começa com um poema-avalanche que logo se faz interrogação Pode uma avalanche pausar em sua inexorável descida? Digo-o, porque os versos conseguem esse segundo de silêncio absurdo, no qual a neve, perturbada, se imobiliza no vazio da montanha. Divina Marta S, a mulher que cai, empregada do planeta Terra, para a meio da descida. Pois, antes disso ela ouviu/o som do mar/dentro/de uma concha extinta. Tempo, nascimento, morte compõem o fio que urde este livro. Sutra do nascimento, poema (...)