Começo meu texto pegando emprestado um trecho de um dos textos que você vai encontrar aqui: é ter mil braços e poucas rédeas; não fosse esse trecho de um conto sobre uma mulher-terra, diria que descreve com perfeição o que significa o coletivo As contistas. Para fins de metáfora, são mil braços e, pela graça da deusa, poucas rédeas. Uma unidade heterogênea. Cada autora desse coletivo tem sua própria identidade e, ao mesmo tempo em que é possível reconhecer a múltipla autoria, há uma sensação de unidade; todas as peças se conectam, como verdadeiras mãos dadas, como se propõe um legítimo coletivo. Mais do que isso, esse conjunto de mulheres extremamente talentosas transforma um simples livro, um objeto de papel cheio de folhas, em um megafone, em um espelho, em um lugar seguro para que todas nós possamos encontrar ali nossa voz. Tem lugar para todas nós, porque o livro grita, mas também acolhe. Como um abraço apertado e um sussurro no ouvido eu sei o que você está sentindo. (...)