Ao ser publicado pela primeira vez, em 1967, este diário pessoal do antropólogo Bronislaw Malinowski, que relata seu trabalho de campo na Nova Guiné e nas ilhas Trobriand na década de 1910, causou sensação no meio acadêmico. Nele, Malinowski não esconde a antipatia pelos nativos -usa a palavra nigger (crioulo) ao se referir a eles -, nem suas angústias, egocentrismo ou hipocondria. Esta segunda edição, no entanto, é vista sob uma ótica diferente. A indignação suscitada por sua primeira publicação arrefeceu, e o Diário aparece como um documento precioso sobre o que significa ser um antropólogo: alguém que trabalha com material humano, que não simplesmente observa e anota, mas se integra ao objeto de estudo, influenciando-o e sendo por ele influenciado.