Este livro, fruto de pesquisa de mestrado, apresenta um estudo sobre a utilização da música com objetivos terapêuticos em diversos contextos clínicos da saúde, tomando como base o referencial teórico da Musicoterapia e da Bioética. A partir dos questionamentos sobre a prática clínica dos profissionais da saúde e de como evitar que a música faça mal ao paciente, tomando como referência os princípios da beneficência e da não-maleficência, buscou-se identificar características das práticas dos profissionais que utilizam a música na saúde e os fatores que podem ser considerados de risco para desencadear um efeito iatrogênico. A música é benéfica em várias situações. Entretanto, não deve ser utilizada de forma indiscriminada como se fosse uma farmacopeia musical, evitando, assim, colocar em risco a saúde física e/ou mental do paciente. Quando alguém não quer ver alguma coisa fecha os olhos, mas com a música não cabe simplesmente tapar os ouvidos, pois além de ouvir com nossos ouvidos, ouvimos também com o nosso corpo. Espera-se que haja uma maior reflexão por parte dos musicoterapeutas sobre a música em Musicoterapia e a prevenção da ocorrência de iatrogenia quanto à sua aplicação na clínica musicoterápica. Também, que os diversos profissionais da saúde tomem consciência dos possíveis efeitos da utilização da música - benéficos e maléficos - e busquem maior embasamento teórico-científico relacionado a esta prática. É fundamental que se abandone o senso comum em relação à aplicação da música com objetivos terapêuticos, voltados, quase sempre, para uma busca de relaxamento por meio da música.