Na publicação é revelada a afinidade de Amilcar e Willys de Castro na área gráfica, campo em que se desenvolveram com tanto talento e reconhecimento como em suas principais áreas de expressão. Desenho e Design reúne 340 objetos de Amilcar e Willys, entre capas de livros, gravuras, desenhos, maquetes de edifícios, peças de vestuário, além de esculturas. Segundo o curador e crítico Lorenzo Mammì, o catálogo é uma oportunidade para mostrar como o trabalho de comunicação visual interferiu na produção dos artistas. A produção gráfica de Willys de Castro e de Amilcar de Castro me parece se colocar no cerne desta questão. Ambos são protagonistas do movimento neoconcreto, e ambos são designers, entre os mais brilhantes que o país produziu. Para ambos, a produção gráfica ou de design não é uma atividade à parte, desligada das poéticas que foram desenvolvidas contemporaneamente. Ao contrário, é imbuída por elas, e delas representa um resultado relevante. Nos dois casos, o design é um banco de prova, em que são testadas questões que são centrais também para a produção artística: a relação entre projeto e obra realizada, por exemplo, entre o desenho e a coisa; mas também a relação entre experiência estética e objeto.